[Entrevista] Eriane Dantas

1 - Quando (e como) você decidiu que queria ser uma escritora?
Comecei a escrever desde cedo, não me lembro bem a idade que tinha. Escrevia muitas histórias dramáticas, que mais pareciam novelas mexicanas. Sei que não eram muito boas e que deviam estar cheias de erros gramaticais, mas minha mãe as adorava. Não sei exatamente a razão, mas fui envelhecendo e deixando a vontade de escrever um pouco de lado. Acho que por causa da rotina mesmo. Antes por causa dos estudos na escola, depois para passar no vestibular e depois na faculdade. Mais à frente por causa do trabalho. Passei a escrever mais por obrigação. 

Há pouco menos de dois anos, redescobri o prazer por escrever. Estava de férias e despreocupada. Li alguns livros e então me veio a vontade de escrever algo. Não conseguia parar de escrever, passava o dia em frente ao computador e não tinha vontade de dormir. No início, não tinha a pretensão de transformar a história em um livro. Pensei em criar algo só para mim, como fazia quando era criança. Mas depois comecei a pensar se não seria uma boa ideia. Mostrei o texto para minha mãe, que, claro, adorou. Então, resolvi tentar.


2 - De onde surgem suas ideias?
Bem, o livro Não sou mais criança apresenta uma história muito simples, com fatos que acontecem com a maioria das meninas. Minha inspiração veio de acontecimentos do cotidiano. Fui adolescente já faz um tempo (ou melhor, um tempinho), mas ainda me lembro como é ser uma. Ao escrever, ia recordando fatos que vivi e que vi os outros viverem. Muitas pessoas próximas a mim, ao lerem o livro, acham que a Luísa se parece comigo. Na realidade, não dá para negar que existem características dela parecidas com as minhas e que alguns detalhes retirei da minha experiência, porém o livro não conta minha história. 


3 - Você tem alguma mania ou ritual na hora de escrever?
Não. Se tenho alguma mania, ainda não consegui identificar.


4 - Alguma estória ou projeto em curso?
Depois que concluí o livro, fiz dezenas de revisões e ele foi publicado, comecei a escrever outras histórias. Tenho umas três iniciadas, mas ainda não tive tempo de me dedicar a elas e quero cuidar delas com calma.


5 - Qual o seu livro preferido? (tirando os escritos por você) 
As pessoas falam muito que para escrever é preciso ler, que o escritor surge do leitor. Acredito de verdade que para escrever bem precisamos ler bons textos e aprender a como utilizar as palavras, a brincar com elas. Gosto de ler hoje, mas nem sempre tive hábito de leitura e acesso a muitos livros. Quando era pequena, como falei mais acima, já gostava de escrever, embora não lesse muito. 

Durante a escola e a faculdade, precisava ler para estudar. Por falta de tempo e de hábito também, quase não lia nada que ultrapassasse o exigido nos estudos. Não faz muito tempo que aprendi a gostar da leitura e a comprar livros. Hoje tenho lido muito mais (sempre que posso leio algo), embora não leia tanto quanto gostaria e deveria. Leio livros de categorias e autores diversos. Leio Machado de Assis, Nicholas Sparks, Paulo Coelho, Kafka etc. Tenho alguns livros na estante que pretendo ler, só está faltando um pouco de tempo.

Apesar de não ter uma lista de livros lidos tão extensa, acho difícil escolher um como preferido, mas posso citar alguns que li e dos quais gostei (com estilos bem diferentes): 

O Alienista, de Machado de Assis; 
A cidade do sol, de Khaled Hosseini;
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen;
Veronika decide morrer, de Paulo Coelho.


6 - Uma mensagem para os leitores do Fantasiando?
O que posso dizer é que ler é muito bom. Sei que todos dizem isso (o tempo inteiro), tentando nos convencer a ler, mas descobri (talvez tenha demorado a descobrir) que podemos ler não somente como forma de aprender algo. Podemos ler para nos divertir e relaxar.  

As pessoas muitas vezes têm preconceito com determinado tipo de leitura. Acredito que devemos encontrar a leitura de que gostamos, não importa se é autoajuda, romance policial ou fantasia; se é um best-seller, um clássico ou o livro de um escritor desconhecido. O importante é se identificar com o texto e não querer parar de ler. 

As pessoas também julgam o livro pelo reconhecimento que seu autor tem. Consideram bons apenas aqueles escritores já consagrados. Claro que estes são grandes e têm muito valor e que novos autores (como eu) têm muito a aprender com eles, porém acredito que é preciso dar chance a todos. Muitas vezes o leitor deixa de ler determinado livro porque seu autor não é conhecido, não está na moda ou porque não é aceito pelas críticas em geral. Sem nem procurar conhecê-lo melhor, pode estar perdendo a chance de descobrir um bom autor, porque um bom autor tem uma definição diferente para cada pessoa. Bom autor para mim é aquele que consegue me tocar com as palavras e me fazer sentir dentro da história.

O livro:




5 comentários

  1. Passei e encontrei o seu blog, estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,
    mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu.
    Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante,
    deixe um comentário, e se desejar fazer parte de meus amigos virtuais, esteja à vontade, irei retribuir.
    Mas por favor não se sinta coagido, siga apenas se desejar. Abraço.
    António.

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  2. Muito bom conhecer a autora e o livro. Achei a capa muito fofa e a história parece ser boa. Fiquei interessada.

    Beijos.

    http://livrosleituraseafins.blogspot.com.br/

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    1. Também achei a capa fofa! Vai ser uma das minhas próximas leituras :)

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  3. A capa desse livro é bem legal, não conhecia a autora, mas adorei a entrevista.

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  4. Amei a entrevista! Engraçado como quando somos crianças gostamos de inventar diversas histórias, mas com o passar do tempo vem a responsabilidade e muita vezes deixamos isso de lado. A capa do livro é linda e a autora parece ser uma fofa.

    Bjos.

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