Aproximadamente uma década e meia depois, em janeiro de 2005, houve uma situação
em que cheguei para uma amiga (hoje falecida) e perguntei-lhe se gostar de vilões era
patológico, por que eu sempre torcia para os vilões em histórias de filmes e romances.
Ela me perguntou se eu torcia para esse time na vida real. Nunca haviam me feito essa
pergunta. Minha resposta foi negativa; jamais desejaria sucesso a alguém nocivo na vida
real. Com essa resposta, ela me trouxe aquela réplica que mudou minha vida: para ela esse gosto por vilões de filmes e romances era algo relacionado a um senso estético meu, uma visão poética de mundo, que eu tinha um escritor reprimido e que precisava sentar e escrever. Desde então, decidi começar a escrever um romance que sempre tive vontade mas nunca havia terminado; nascia ai Mogg Mester.
2 - De onde surgem suas ideias?
Do mundo. Busco inspiração no mundo, nas manias dos outros, nas falas de amigos, nos olhares dos animais. Não sei dizer de onde surgem as ideias. Talvez do inconsciente. Mas sei dizer quando surgem. Em geral assaltam minha cabeça quando estou ouvindo música ou quando estou bebendo. Em geral quando estou melancólico, filosófico ou indignado. Gosto de exercitar minha indignação por que é dela que surge muito conteúdo.
3 - Você tem alguma mania ou ritual na hora de escrever?
Eu demoro muito para escrever um livro. Isso por que outras coisas me distraem bastante, principalmente quando estou no computador. Por isso, às vezes gosto de beber vinho enquanto escrevo, ou ouço música. Posso fazer as duas coisas também. Paro muito para olhar a net, emails, vídeos. Interrompo as ideias. Mato-as, sacrifico-as. Retorno para recomeçar a escrever com uma cabeça diferente. Sempre me ajuda a ter uma visão nova da cena em que emperrei.
4 - Alguma estória ou projeto em curso?
Sim. Depois que terminei a trilogia da Auriflama do Caos comecei a escrever uma série de livros com a continuação da história de um dos personagens. Neste momento estou terminando o volume um. Talvez seja uma pentalogia. Ao mesmo tempo comecei a escrever um antologia de contos que também está bastante avançada.
5 - Qual o seu livro preferido? (tirando os escritos por você)
Eu não tenho livro preferido, nem autor preferido. Tenho literatura preferida. A literatura que me apaixona é a inglesa. O estilo é literatura fantástica. Mas se tivesse um autor para escolher como meu inspirador fico na dúvida entre dois deles: Bernard Cornwell ou Terry Pratchett. Eu nunca vou saber qual dos dois é o que mais gosto.
6 - Uma mensagem para os leitores do Fantasiando?
Se um dia tiverem vontade de escrever, sentem e comecem. Escrevam. Escrevam. Escrevam. Leiam, e releiam o que escreveram. Sejam impiedosos consigo. Cortem, reescrevam. Apreciem ou desgostem do que fizeram. Adorem e depois modifiquem, melhorem. Cortem de novo. Releiam. Escrevam interminavelmente, mas não esqueçam de reler, recriar, repensar, cortar. E jamais, jamais, esperem o reconhecimento dos outros, ou o interesse deles por sua obra enquanto está sendo criada. Aqueles que se dizem seus amigos o são, na maioria das vezes, numa mesa de bar ou num jogo. Não esperem que leiam sua obra, que a contemplem ou que opinem. Não dependam disso. Eles não estão interessados nisso, nem na forma como seu projeto está evoluindo. Se algum dia perguntarem, é por mera educação. Pura retórica do dia a dia. E mesmo sendo falso o interesse, são raros os que farão isso. Seu livro é seu. Só seu. E a realização também. Escrever é uma atividade solitária, mas que nos deixa uma quantidade enorme de novos amigos que jamais sairão das páginas de papel.O livro:
Gostei da entrevista com Mogg Mester! Nunca tinha parado pra pensar se já gostei de algum vilão e analisando agora percebi que ja gostei uma vez, ou foi o único que consegui lembrar! E isso de demorar para escrever um livro, acho encantador. Na minha opinião os melhores livros demoram um bom tempo a ser escritos! Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirBelíssima entrevista. Palavras sensatas de um escritor bastante promissor. Tive o prazer de ler seu primeiro volume, agora aguardo ansiosamente pela continuação que está por vir. Parabéns!!!
ResponderExcluirAo visitar alguns blogs me deparei com o seu, e quero dar-lhe os parabens por partilhar o seu saber, gostei por isso deixo aqui um convite:
ResponderExcluirFicaria radiante se visita-se o meu blog, e leia alguma coisa, meu blog é um blog
cristão que fala de diversos assuntos,
É o Peregrino E Servo.
Desejo muita paz e saúde.
http://peregrinoeservoantoniobatalha.blogspot.pt/
Adorei conhecer o autor e sua obra. como sou um projeto mal formado de escritora, adoro ler entrevista com autores já publicados. Eles sempre tem dicas maravilhosas, mesmo que não saibam disso.
ResponderExcluirUm grande beijo
Vidas em Preto e Branco
Um projeto mal formado de escritora, eu ri desso rs
ExcluirInteressante as respostas do autor.
ResponderExcluirDesejo sucesso!
Estou adorando ler as entrevistas do blog, principalmente a primeira pergunta. Ainda não conhecia nem o autor e nem o seu livro, então amei a descoberta. A capa é diferente, né? Eu curti.
ResponderExcluirAinda não conhecia nem o escritor e nem o livro. Ao ler a entrevista fiquei contente em ver que mesmo tendo uma "decepção" quando criança, ele retomou a paixão por escrever depois de anos. Amei a mensagem que ele deixou para nós leitores. Desejo muito sucesso!
ResponderExcluirBjos
Muito legaal a entrevista, e quem nao gosta de um vilãozim neh acho que sempre tem um vilão que nao podemos de deixar de amar kkkk Amei conhecer o autor qainda nao conhecia, mtoo legal.
ResponderExcluirCara, amei! Não acredito que hoje em dia muitos autores brasileiros estão se destacando
ResponderExcluirO livro parece ser fantástico, a capa está maravilhosa
Amei a entrevista
Beijos
www.gemices.blogspot.com.br
Gostei da entrevista =)
ResponderExcluirAcho bacana conhecer novos autores. O livro não me interessou =/
Sucesso!